quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quem é vivo sempre aparece, não é?

Eu tento me agarrar as coisas boas, me agarras nas alegrias e deixar que elas me levem, mas acho que estou pesada demais por culpa dessas feridas. Eu tento acreditar que tudo parece melhorar, mas todos esses sentimentos apenas estão sendo escondidos, eles não se vão, e uma hora ou outra eles aparecem. E quando aparece, dói demais. Eu passo a maior parte do tempo tentando ser feliz, mas chega uma hora que as lágrimas precisam escorrer e o coração doer. E eu espero que demore a hora de sangrar de novo. Afinal, quem é vivo sempre aparece, e essa dor está viva em mim.
Aliás, se quem é vivo sempre aparece, já está passando da hora de você aparecer. Às vezes eu acho que estou voando pela esta imensidão que é o mundo apenas tentando te encontrar. Afinal, para onde os pássaros voam? Os pássaros voam em busca do seu par, em busca de um lugar onde eles se sintam bem morando. E a minha casa sempre foi você. Mas as minhas asas estão cansando, sabe? Procurar cansa, demais. E eu tento deixar o vento me levar para o caminho certo, mas a pressa é grande de te encontrar, e os ventos nem sempre me parecem confiáveis. Eu já não controlo minhas asas, e então elas batem à sua procura, sempre. Eu tento sentir a alegria em mim, e desvendar os meus pequenos-olhos-de-passarinho, mas não dá. Só o que eu vejo é você, e só onde me encontro é com você. É como se eu estivesse sem ninho, sem abrigo, já que meu abrigo sempre foi você.

domingo, 25 de setembro de 2011

Ajuda para pássaros que perderam/esqueceram as asas

Nós, humanos, somos como pássaros, às vezes. Nós precisamos de liberdade, precisamos voar. "A gravidade não te impede de voar." Mas eu percebo que muita gente não voa. "Eu esqueci de usá-las, e assim elas se atrofiaram." ou "Cortaram minhas asas." Por isso, resolvi fazer um pequeno post de ajuda para pássaros que (acham) perderam/esqueceram as asas:

Passo 1: encontrar suas asas
Bom, ninguém perde as asas. Suas asas estão sempre aí, basta você querer ver e usá-las. Então, ponham-nas em suas costas e pense em algo bom. Sempre há. Geralmente afundamos as coisas boas no fundo de nós, e botamos em cima as coisas ruins, as lágrimas, as decepções, e isso pesa. Para voarmos, temos de ser leves. Então, para começar, tira tudo isso de dentro de você, e apenas sorria.
OBS: Você sempre tem suas asas, mas às vezes é preciso procurar bem no fundo do armário, nos entulhos da garagem, naquela caixa de lembranças-de-amores-mal-sucedidos ou coisas do gênero.

Passo 2: sorrir (ou chorar)
Depois de sorrir, deixe o vento bater. Deixe o silêncio chegar, deixe a alegria te levar. Então você abre os braços (e o coração) e deixa que o vento traga consigo todas as lembranças boas, todas as alegrias do passado e do futuro. Isso é um verdadeiro presente que o vento trás. Ah, também pode deixar as lágrimas caírem, sempre, quando elas quiserem sair. Mas isso é apenas a preparação.

Passo 3: voar
Quando chega mesmo a hora de voar, dá medo. Sempre dá medo. Parece que as coisas são mais fáceis quando são piores. É sempre mais fácil você cair do que você subir, mas o medo não é nada. Nada que não podemos enfrentar, ganhar, rebaixar. E então você se joga, e não se esqueça de sorrir. E ao se jogar, bata as asas leve e sutilmente, pois o vento sempre te levará para o lado certo. E quando você for ver, já terá passado todas as barreiras que o medo fez, você verá suas decepções e tristezas caindo lá em baixo. 

~

Pronto. E agora me respondam: por que perdemos tanto tempo nas gaiolas? Por que perdemos tanto tempo debaixo dos cobertores e derramados em lágrimas? Por que fechamos as janelas, as portas, por que? Afinal, onde queremos chegar? As coisas não funcionam se não abrirmos as asas, elas não vão simplesmente começar a bater. Nós temos que abrir as janelas para o vento entrar, temos que sorrir, temos que amar, amar bem. Pois então, quando você estiver lá em cima, tudo sempre vai valer a pena. Apenas abram as asas.


Blackbird singing in the dead of night,
Take these broken wings and learn to fly.
All your life,
You were only waiting for the moment to arise.
Blackbird - The Beatles

Livre

Procuro palavras para descrever o que estou passando agora. É como um verdadeiro amor maduro. Amor maduro é conviver, é entender, é aguentar, é esperar, calmar. O desespero passou, e os pássaros parecem, agora, sorrir para mim. A coruja pode descansar e o binóculo sumiu de meu pescoço. Mas muito, muito infelizmente, o lápis também. O lápis, o papel e as palavras-sentimentais. Aconteceu o que eu tinha medo de acontecer, e eu espero que isso não dure mais. Me disseram que a felicidade é o que mais vale, e não importa se eu continuarei escrevendo ou não, porque a felicidade é mais importante. Mas eu não concordo. Escrever faz tanto a minha felicidade, sabe? É como ser feliz escrevendo e lendo a minha própria tristeza. É tipo se não fosse eu. Mas eu não quero ser triste, não mais. E então eu só posso prometer que eu vou escrever. Eu vou dar um jeito. Porque, parece-me, que para ser feliz é preciso ser livre, é preciso ser leve, mas o papel, não pesa.

sábado, 17 de setembro de 2011

Grandes olhos verdes

Seus olhos grandes e seu coração maior ainda foram invadidos por algo que ainda não sabemos o nome. Alguns dizem que é amor, mas ouvi falar que também pode ser a dor. Dizem-me que antes era a ilusão, que cobria seus olhos como uma lente e invadia seu coração. Mas a lente quebrou e seu coração, ela perdeu. Perdeu, mas ganhou um novo, com dor (ou amor) que parece não controlar. Alguns dizem que este coração invadido pela ilusão hoje pertence à outro alguém, e este alguém se foi. E então ela teve de roubar, criar, ou sei lá o que ela fez para conseguir um novo coração. Mas este coração veio com problemas, e ela ainda não achou alguém que arrume corações como arrumamos um celular. Seu coração veio com dor, com amor, com saudade e com tristeza. Seu coração veio cheio de lágrimas e cheio de machucados, aqueles tipos que nunca cicatrizam. Seu novo coração a transformou bruscamente e fez com que ela mudasse completamente, e para mudar temos que sofrer, sabe. Para mudar temos que ser firmes e isso nos faz soar, e ela suou tanto para conseguir se adequar, que simplesmente secou. Ela chorou tanto por não ser mais como era antes, que secou. E agora apenas podemos observar ela caindo cada vez mais fundo em um grande abismo, onde ela só pode se salvar se criar asas. Ninguém sabe o que ela pode encontrar lá embaixo, apenas podemos torcer para que ela não se machuque ainda mais e nunca mais consiga subir. Esses dias, ainda, ela disse que precisava de atenção. Não só disse, como fez de tudo para obtê-la, mas o que podíamos fazer? Às vezes só nós mesmos conseguimos nos salvar, e eu sei que ela sabe disso. Aliás, ela sabe muito. Ela dá conselhos à todos e ela ajuda todos que precisam, sempre, mas ela nunca tentou se ajudar. "Todos os problemas são fáceis de resolver, desde que não sejam os meus problemas", ela diz. E na verdade é isso. E talvez sempre seja isso. Esconder os seus próprios problemas por trás dos problemas dos seus amigos, é tão simples. Mas basta olhar seus grandes olhos (agora com lentes falsas, que parecem felizes até o momento que ela as tira para chorar) que você vê tudo. Você vê suas dores e seus machucados, você vê seu amor, tanto amor, guardado para alguém que todos sabemos que nunca voltará mas que, para seu bem (ou talvez por pena, dó, medo da verdade) dizemos que ele voltará, que todos voltam, um dia, na tentativa de fazê-la voltar para a lente antiga. Mas tudo passa, e nunca, nada, volta. E ela sabe disso, ela sempre soube e sempre disse a si mesma que sempre saberia. Mas ela só consegue olhar a sua volta à procura dele, e não olha mais para dentro de si, mesmo que queira. Esses dias estavam todos discutindo se isso era mesmo amor, mas a verdade é que ninguém nunca saberá, nem entenderá. E na verdade mesmo, ninguém nunca se importa, nem ela se importa. E sinceramente, eu desejo que ele se importe logo, para voltar para ela e devolver a ela aquele coração iludido, pois eu sinto falta do seu sorriso, e eu sinto saudade do brilho de seus grandes olhos, verdes.

Para que olhos verdes, 
se ninguém consegue ver o que há dentro do verde de meus olhos doídos e chorões. 
Para que o sorriso, se falsos, são. 
Por que insisto em dizer que estou bem, se bem nunca estou.
Para que falar, se ninguém me ouvirá.
E afinal, 
para que amar, se isso só me fará sangrar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Boneca


Todos escrevem sobre pessoas invisíveis e tristes. Mas havia uma menina bonita e sorridente em uma escola em uma cidade grande. Todos a conheciam, ou ao menos achavam que sim. Sabe aquele tipo de menina superficial, que gosta de mostrar que existe? Então. Aquele tipo de menina que todos vêm como uma boneca, e na verdade, é.

Mas chega um dia que a boneca ganha vida, pois querendo ou não, feliz ou infelizmente, todos possuem sentimentos. A boneca de porcelana, loira e dos olhos verdes quebrou. E pintar o cabelo de preto, já não mudaria sua fama. De que adiantaria dizer que possui sentimentos, se não os mostra? Ou talvez, de que adianta mostrar seus sentimentos, se ninguém consegue enxergá-los?

Eu não sei se todos amam na vida, ou se todos vivem o amor. Mas este está aí, e a boneca que agora é gente também ama. Eu sei o quanto é difícil de aceitar, às vezes, mas nem sempre um sorriso possui felicidade, e a ex-boneca entendia isso. E eu não sei se desejo a vocês que entendam.

Mas, de uma coisa eu sei: o amor mudou-a. O amor deu vida a esta menina que um dia foi boneca, ou talvez, a vida deu o amor a ela. E eu acredito muito que o amor vem quando a pessoa precisa viver. Mas eu não sei se a vida precisa do amor para ser vivida. Então, eu só posso pedir que vivam logo, vivam. Antes que o amor chegue e os obrigue a fazer isso. Pois viver, não dói. E o amor, também não dói.

O amor dói muito. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fugindo do mundo,
fugindo de mim.

Que ilusório!

Quanto mais fujo
mais te encontro.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

365 dias sem ele


Difícil começar algo assim, tentando terminar. Há um ano conversava com uma pessoa que ainda não consegui definir. Tive um ano para pensar, mas não consegui encontrar as palavras certas. Há um ano, neste mesmo horário, eu estava sendo feliz. E sim, eu fui feliz muitas outras vezes, mas sempre, sempre, me faltou algo. É estranho dizer que eu ainda o tenha comigo, mas sim. E é pior ainda quando me perguntam quem morreu, e eu não saiba dizer realmente morreu ou não. Geralmente eu respondo que ninguém morreu, mas será? Eu sei que isso é bobo de dizer, mas neste um ano me passaram pela cabeça tudo, todas as alternativas que podiam existir. E eu já devia ter esquecido, ter deixado de lado, ter matado isso de uma vez por todas. O problema, é que nenhuma dessas alternativas vai trazê-lo de volta, e eu sei que é disso que eu preciso.

Uma época, eu me contentei. Eu aguentei, eu deixei de lado, sim. Uma época, chorar bastava, aliviava, preenchia. Hoje não. Antes as lagrimas eram presença, eu te sentia, e isso era tão bom. Eu deixava as lágrimas caírem em silêncio, enquanto ouvia apenas meu coração batendo seu nome e seus dedos tocando meu rosto em forma de lágrimas de saudade. Mas como você, as lágrimas secaram, e agora eu não choro mais, apenas dói. Dói muito, muito. Eu tento fazer algo para que talvez elas saiam de mim, mas eu não consigo mais.

Mas há algo que não sai da minha cabeça. Quanto tempo mais irei esperar? Um mês, dois? Eu realmente não desejo esperar mais um ano, ou dois, ou três. Eu não quero que ano que vem eu tenha de escrever algo assim de novo, ou mais triste. Eu preciso que você veja isso logo, eu preciso que você tente entender. Eu não quero meter na sua cara que estou morrendo, mas eu preciso que você volte, e que você note. Eu podia fazer milhões de pedidos, todos podiam. Mas eu escolhi você. A verdade é que eu podia ter escolhido tudo, mas eu escolhi o mais difícil. Escolhi amar-te. E se isso significa esperar, eu esperarei. 

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