E quando você voltar (se você voltar)
talvez não me encontre mais onde eu sempre estive – te esperando.
E digo isso porque essa ideia não me sai da cabeça, essa ideia de
te ver voltar. Mas vejo hoje, de outro ângulo (dos tantos e tantos
ângulos que vi e quis ver) que com a ausência do Sol me tornei tão
branca e fria que talvez eu não consiga mais conviver com tanto
brilho – o teu brilho. E vou ficar assim, no escuro, sem ver as
cores direito, só as sombras e o vento frio que eu aprendi a gostar,
e que, pra ser sincera, me atrai e me vicia (e a escrita é uma
deles) e que eu me afundo e me afogo e gosto, mas que aos olhos dos
outros é feio e me faz mal. “Não vai por aí, não faz isso, te
faz mal, é feio”, mas visto que eu não me importo mais tanto
assim com a beleza das coisas, apenas balanço a cabeça e vou. Será
que não é isso que aconteceu com você?
Mas então, só escrevo isso e te boto
aqui e te encho de palavras repetidas e desse amor feio porque queria
que você (e todos, mas principalmente você) soubesse que eu perdi o
medo do escuro e de andar sozinha – embora talvez eu nem esteja
mais tão sozinha, apenas solitária e aí já é outra história,
mas que ainda insisto em procurar teu calor no caminho e teu brilho
pra me guiar no escuro, e ainda insisto e teimo em escrever pra ti,
que nunca vai ler isso (e se ler vai rir de mim e achar que peguei
tudo isso aqui de algum filme de amor chato). Mas só queria te dizer
que a vida continua (principalmente a tua), mas que a minha também
está começando a andar, só que eu não te esqueço, menino, e
atualmente te lembro com um sorriso no rosto e como um segredo, algo
só meu, muito maior que ouro ou um troféu, mas como uma pessoa que
foi só minha e será pra sempre só minha, porque já não existe. E
te guardo nesses textos e vou deixando eles pelo meu caminho, pra se
um dia você passar por aqui se lembrar – de mim, de você, de
nós...
E desisti de tentar apagar essas
palavras escritas com caneta ou queimar todos os livros que me
lembram teu nome, então vou deixando as lembranças e as saudades
pelo caminho porque “se tudo passa, talvez você passe por aqui”.
E eu considero isso o máximo amor que posso te dar. Muito
amor e o único e maior e eterno que eu já senti. Exatamente como
você é pra mim, único, eterno e enorme e... Bom, não vou começar
com isso de novo.
Só queria dizer que ando por aí
(querendo te encontrar...) mas que se você quiser – e queira, por
favor – me encontrará no caminho fácil, fácil.
Ah, eu sou tão previsível...